Um Blog de dois erres, para todos os errantes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sobre a prostituição feminina



Por Rosa Estrada

Não tenho nada contra as prostitutas, mas sim contra a prostituição. A Bruna Surfistinha, por exemplo, recebeu muito destaque na mídia e acabou transmitindo uma ideia glamourizada da prostituição. Então, me pergunto por que justamente essas garotas de programa (como a Bruna) que optam por essa atividade por vontade/curiosidade/prazer têm tanto espaço na mídia. Arrisco uma resposta: porque a mídia quer passar a ideia de que a prostituição é algo natural, legal e que todas as mulheres que estão nessa vida são umas safadeeenhas que sentem muito tesão em fazer sexo por dinheiro, e acaba encobrindo toda a podridão que há nesse meio, como o tráfico de mulheres, a exploração por parte de cafetões, a prostituição infantil etc., para o bel-prazer dos homens que recorrem a esse serviço.
Eu acho que as prostitutas merecem respeito e tenho muita solidariedade a elas, mas não posso considerar fazer sexo por dinheiro algo ok. Sou a favor da liberdade sexual das mulheres, mas para que elas possam fazer sexo com tesão, com prazer e com quem quiser, e não por causa de uns mil-reis que um cliente poderá oferecer.
E sobre os homens que recorrem a prostitutas, eu fico pensando se eles não imaginam os sofrimentos daquelas garotas que estão emprestando os buracos delas para eles se masturbarem, se eles realmente acham prazeroso fazer sexo com uma mulher mediante o pagamento. Fico indignada com esses homens que consideram o seu próprio tesão a coisa mais importante do mundo e se danam para os sentimentos e para a humilhação que os outros passam, como se as mulheres só estivessem no mundo para lhes servir e lhes agradar. Sinceramente, ou esses homens acham que todas as mulheres são objetos sexuais, ou eles acreditam que existe mulher pra comer e mulher pra casar, essa dicotomia que nós, feministas, tanto odiamos.